Outro dia estive pensando: por que os judeus são tão perseguidos, historicamente? Holocausto, Irãnianos (na verdade, todo o oriente médio), católicos em geral (vide Papa Pio XII, que viu os fascistas levarem judeus para campos de concentração e nada fez…
e será canonizado). A resposta interna que obtive: isso não faz sentido algum. Entretanto, tal pensamento me fez pensar em vários pontos sobre religião, então de pensamento em pensamento, vou transmiti-los por aqui. Começando pelos judeus.
Do ponto de vista religioso, os judeus são fundamentais na história. Só há cristianismo pelos judeus. Eles negaram a existência de seu Messias (Jesus) e o colocaram na cruz. Jesus só se tornou um mártir pela descrença dos judeus. Em outras palavras: será que se Jesus tivesse sido amplamente aceito na época, teria virado o que virou? Ainda mais longe: se Jesus tivesse morrido de velhice, teria ressucitado no terceiro dia? O que eu imagino é: não. Jesus é o que é por se um mártir.
Longe de levantar, aqui, questões ideológicas, se Jesus tinha ou não certos poderes, se era ou não o Messias. Vamos analisar a história de um homem que queria fazer o bem. Ponto final. Vou me libertar das questões religiosas. Vamos nos analisar:
Os judeus tinham motivos para desacreditar de Jesus? Minha resposta é: tinham. Por que? É só analisar as crenças de hoje. Quando vemos
Inri Cristo na TV, achamos que é um louco. Pois qual a diferença entre nós acharmos quem se proclama Cristo hoje como louco e brigarmos com os judeus por terem achado Jesus louco?
É uma contrariedade muito grande: acreditamos que o Messias já existiu, mas não acreditamos que está entre nós. Mas, se acreditamos que isso aconteceu, não seria mais fácil acreditar que pode acontecer novamente? Imagine os judeus que se depararam com uma situação inédita. (antes de mais nada, esclareço: não acredito no Inri Cristo)
Aliás, as pessoas se baseiam muito em livrinhos sagrados escritos por humanos (bíblia, al coorão, etc). Não faz sentido. Livros que podem ter histórias bonitas, mas que não devem ser tomados por verdade. Muitas vezes, são livros “manipulados” de forma a conseguir agregar mais pessoas. Por que a bíblia tem escritos banidos (os chamados apócrifos)? Por que não podemos ler qual a versão de Judas na história? Segundo seu apócrifo, ele confirma minha tese: Jesus precisava ser mártir e precisava de alguém para traí-lo. Ainda, segundo Judas, seu amor por Jesus era tanto que ele foi o único apóstulo que conseguiu elevar seu amor ao grau máximo e levar a história adiante.
Minha versão: sem Judas também não haveria cristianismo. Já são dois pontos importantes: os judeus e Judas… (aliás… estranho a aparência desses nomes… mas enfim, prossigamos).
Mais uma coisa: Pedro nega Cristo e depois funda uma igreja? É um começo bem covarde… alta politicagem católica desde o início.
E chego ao ponto onde queria chegar: as religiões em geral – as igrejas e/ou templos. Acho que esse é o mal humano. Uma religião querendo mostrar que é melhor que a outra. Uma querendo mostrar que é dona da verdade. Cada uma seguindo seu próprio livrinho sagrado escrito por humanos. Talvez por isso o mundo ande tão revolto: quando rezamos, há muitos intermediários. O padre/rabino/mufti; os santos; Jesus/Maomé; Deus/Alá/Deuses hindus. Até chegar a Deus, há um caminho longo a ser percorrido. Parece um telefone sem fio: você vai à igreja, assiste uma cerimônia arbitrária e tem uns 3 minutos de oração livre. Aí faz o seu pedido (que tem que ser na igreja/templo/mesquita, por que é lá que é a casa de Deus), o seu pedido passa por todo o caminho que descrevi até chegar a Deus… mas cada intermediário acrescenta uma coisa: você pede paz e o pedido chega lá como “deixa como está”.
Concluindo: devemos diminuir os intermediários de nossa fé. Acreditar que nós conseguimos, internamente, a comunicação necessária. Não há diferença alguma entre nós e os líderes religiosos, todos são humanos. Devemos parar de nos pautar em livrinhos, ditos sagrados. As medidas que tornaram estes livros como sagrados foram totalmente arbitrárias. Se a história tivesse sido um pouco diferente, poderíamos idolatrar, hoje, “Viagem ao centro da terra”, de Julio Verne. Devemos ler estes livros simplesmente como bons exemplos, não como donos da verdade.
A verdade é única: não existe verdade. Não em um mundo tão grande e tão diversificado. Em geral, todas as religiões acreditam em algo parecido como lugar bom ou lugar ruim para onde vão as almas (as vezes o lugar ruim pode ser trocado por reencarnações, carmas, etc). O que levará algo a ser bom ou ruim é o bom senso – não será seguindo cegamente certos livros que fará isso. Fosse isso, os orientais que não tiveram contato com a história Cristã estariam condenados e os ocidentais que não tiveram contato com os Deuses shintoístas também.
Sendo assim, ou aceitamos que não existe verdade – pelo menos no ponto de vista religioso –, ou aceitamos que estamos propensos a ser punidos, caso não tenhamos elegido para nós a religião certa. Fico com a primeira opção.
Por hoje é só. Não tenho diploma nem de jornalismo nem de teologia, por isso, se quiserem, não acreditem em nada do que disse.